

A referida hipótese tem os seus fundamentos no pressuposto de que “com a reunificação, a Alemanha se tornou demasiado grande para ser um Estado europeu normal, embora não suficientemente grande para ser uma super-potência”. Mas ela acaba por resultar completamente desconstruída (“it is not going to work”) ao longo de um texto em que se refere “a obsessão da Alemanha com a competitividade como uma das causas profundas da crise da Zona Euro”, o “sentimento de uma Alemanha à deriva”, os alemães como “não preparados para pagar o preço da liderança”, uma Alemanha cuja atual força assenta muito numa taxa de câmbio real desvalorizada, um novo D-Mark em livre flutuação como indo acabar por “erradicar os ganhos da última década” e a Alemanha como tendo sempre sido “um dos principais beneficiários do Mercado Único Europeu”. Terminando com uma conclusão quase lapalissiana: “a Alemanha é um país europeu muito antigo e rico com uma população em declínio – o oposto total de um Bric”.
Afastada tão alegadamente promissora possibilidade, só restará mesmo aos teutões a alternativa de estarem/ficarem amarrados a um lugar difícil? Até que ponto será válida a irónica extensão a Merkel, pelo cartoonista Benny (no berlusconiano “Il Libero”, www.libero.it), do chamamento em título com que a guarda costeira italiana brindou o capitão do malogrado “Costa Concordia”?
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