Angela Merkel está na China. Aliás, pela quinta vez desde que é chanceler alemã. Desta vez, e sem esquecer os temas de desencontro político do momento (Irão e Síria) e o habitual “cumprimento de calendário” quanto aos direitos humanos, a comunicação social internacional sublinha como objetivo central o de garantir a Wen Jiabao que a União Europeia está no bom caminho para a resolução da sua atual crise e que assim merece a confiança de uma ajuda adicional – a China já possuirá mais de 500 mil milhões de dólares em dívida soberana europeia –, a concretizar através de uma participação (provavelmente através do FMI) no atual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e/ou no futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O que a primeira ilustração acima evidencia bem, numa leitura do “real purpose” originária da “pobre China” (“Global Times”, jornal chinês de expressão inglesa, http://www.globaltimes.cn).
Paralelamente, a segunda ilustração (da autoria de Wolfgang Horsch e publicada em ”Süddeutsche Zeitung”, http://www.sueddeutsche.de) evidencia igualmente bem outra dimensão marcante da atual realidade económica mundial, uma espécie de “neo-mercantilismo” que é crescentemente atribuído ao posicionamento alemão.
Apesar do que fica dito, não consigo afastar uma forte sensação de que o "jogo" é bem mais complexo. Quem é quem? Quem representa o quê? Que interesses estão presentes naquela mesa? Até que ponto são dominantes? E que outros lhes subjazem ou com eles se entrecruzam? Perguntas que traduzem quanto me sabe a pouca significância substantiva a mera ideia de que estamos a assistir à maior economia europeia a visitar a segunda maior economia do mundo ou a um encontro em Beijing entre os dois maiores exportadores mundiais…
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