A meu ver, a proposta do PSD para a reorganização territorial do concelho do Porto (clicar na cópia da infografia acima, hoje publicada no “Jornal de Notícias”), reduzindo as atuais 15 freguesias para 6, faz sentido. Genericamente falando pelo menos, isto é, aprovando mais o seu espírito do que a sua exata letra, que não tive condições para analisar em todos os seus detalhes finos.
Não quereria, por ora, estender esta ideia positiva para além dos limites do meu concelho de origem e residência. E isso porque existe muito de questionável na imposição decorrente do memorando da Troika em relação a uma redução do número de autarquias e juntas de freguesia e no projeto da sua concretização apresentado pelo ministro Relvas – por um lado, haverá seguramente pressupostos de pendor tecnocrático ou demagógico a secundarizar; por outro lado, haverá certamente argumentos de tipo sociológico ou identitário a considerar. Fico-me pelo Porto, pois.
No que ao Porto toca, um concelho dominantemente urbano de um país supostamente europeu e desejavelmente aberto ao mundo, a escala e a racionalidade têm de ter espaço de respiração – e a proposta salda-se em 6 freguesias com populações entre cerca de 30 mil e pouco mais de 50 mil habitantes –, as competências de proximidade têm de ter alguma substância e dignidade, os protagonistas têm de ter credibilidade e peso próprio.
Por muito que algumas das luminárias da nossa praça vão achando – Rui Moreira, por exemplo, dizia há um ano que “preferia que se redescobrissem funções para as freguesias" –, o simples facto de apenas 2 dos 12 presidentes de junta ouvidos pelo JN concordarem expressamente com a proposta é apenas mais um indício de que a mesma aponta numa direção correta. A bem de uma democracia já tão desgastada pelas nefastas lógicas em que assentam os dois maiores partidos portugueses e que aqui se exprimem por uma mais que provável resistência ao enfrentamento (higiénico, no mínimo) dos seus pequenos poderes…
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