Enquanto aguardamos pela prometida chegada a este espaço das competências sociológicas do José Madureira Pinto, uma mera passagem de olhos pelas capas dos jornais destes dias parece premunitória quanto ao trilho em que estamos metidos. Lentamente, de modo por vezes quase impercetível, há um destino perturbador que se nos vai revelando, sem que se imaginem grandes obstáculos que se lhe oponham: penalização dos pensionistas e idosos, rendas sociais e sopa dos pobres, cortes em urgências hospitalares e comparticipações médicas, subida da contestação social e segurança pessoal para dignatários são apenas algumas componentes desse “cocktail” explosivo de que o avassalador crescimento do desemprego é a síntese primeira. Uma evolução que o primeiro-ministro tão bem traduziu numa palavra que define todo um programa: “empobrecer”. Uma evolução que Pacheco Pereira, já na “Quadratura do Círculo” desta noite, preferiu caracterizar com duas palavras, quiçá mais aterradoras: “pauperização absoluta”; não sem deixar completamente explícito que esse é o resultado de inequívocas opções políticas…
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