Não vai há muito que a instituição FMI e os seus rostos eram por aí louvados e endeusados pelos nossos governantes e seus principais apoiantes. Agora que foram embora, e já não lhes são de qualquer utilidade conjuntural, parece que não passam afinal de uns provocadores que têm de fazer prova de vida. Claro que a receita é discutível, tem falhas ou é mesmo errada, claro que o modo de estar público do FMI se carateriza por uma incompreensível dicotomia entre o que uns declaram e o que outros reportam, claro que Christine Lagarde é uma política com interesses próprios e que Abebe Selassie, Subir Lall e Poul Thomson são uns funcionários zelosos e pagos para venderem a cartilha (às vezes mais banha da cobra do que outra coisa) que lhes ensinaram. Mas de tudo isso não deveria decorrer que a humildade e o servilismo de ontem dessem lugar ao petulante e disparatado desbocamento com que Pires veio a terreiro em mais uma manifestação de que um bom gestor não faz necessariamente um bom político e, pior, de que anda por aí muito boa gente que entende que os amigos servem mesmo é para as ocasiões...
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