sexta-feira, 27 de março de 2015

UM NOVO DIRETOR PARA A FEP

(José Varejão)


Por razões circunstanciais decorrentes de uma reunião de trabalho no âmbito do estudo sobre classes médias para a OIT – Genève, tive o prazer de assistir ao resultado da eleição no Conselho de Representantes da Faculdade de Economia do Porto do novo Diretor da Faculdade.
Numa votação renhida entre o candidato da continuidade de uma gestão ruinosa em termos de estabilidade interna e de projeção da Escola no exterior a cargo de João Proença (Ana Paula Africano) e o candidato da renovação e da esperança (José Varejão), já que a ave rara Pedro Cosme não contou para o processo, José Varejão assumirá a Direção da Faculdade nos próximos tempos e só isso é uma prova de sanidade e de equilíbrio de quem nele votou.
A minha posição é ambivalente sobre a matéria. Tenho uma profunda amizade e uma não menos profunda admiração pelo rigor do investigador que José Varejão representa, num equilíbrio muito pouco comum entre o domínio da econometria, o conhecimento dos seus limites e a ponte para a análise económica, sobretudo do mercado de trabalho. Nessa perspetiva, receio que a sua passagem para a responsabilidade da Direção o afaste precocemente de uma carreira brilhante como investigador. Mas, por outro lado, o equilíbrio entre os diferentes corpos da Faculdade terá muito a ganhar com o seu equilíbrio e conhecimento de quais são os reais desafios da FEP nos tempos mais próximos. Isto mesmo tendo em conta que os representantes dos estudantes estão numa deriva populista que os torna caricatos face ao corpo crítico que regra geral associamos a uma representação estudantil. Fiquei sobretudo contente por encontrar uma ampla recetividade do corpo de funcionários à eleição do José Varejão, tendo aliás o voto do representante dos funcionários sido essencial para definir o rumo da eleição.
E não é um representante qualquer. O senhor Horácio, com o qual, nos meus tempos de FEP, discutia ao café ou em curtas passagens pelo serviço de reprografia a política no interior do PS, é para mim a imagem do velho militante de base do PS, generoso, sempre atento na denúncia dos golpes do aparelho, sempre solícito na dinamização e defesa das grandes causas.
Na FEP vai por certo respirar-se melhor. Ainda bem.

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