Em Seixas, as aleluias parecem baralhadas com as minhas
ausências. Despontam a medo como se receassem mostrar-se em toda a sua
plenitude, sem que eu as possa retribuir com o olhar.
Tempo por isso para devorar um grande número da revista
do Expresso.
A minha ambivalência de opinião para com o Expresso é
tradicionalmente conhecida dos meus humores. O caderno principal e o de
economia irritam-me pois dão uma imagem truncada do país diverso que somos. Mas
a leitura da revista, regra geral, reconcilia-me. E o número de hoje reforça
essa reconciliação.
Uma crónica notável de Clara Ferreira Alves sobre
Herberto Helder, um excelente texto de Tolentino Mendonça sobre a sua obra, uma
comovente fotoreportagem de Alfredo Cunha sobre o poeta, no que ele terá
pressentido ser o último encontro com o mundo, a força telúrica da fotografia
de Sebastião Salgado, fantasias sexuais de portuguesas desibinidas e muitos
mais motivos de interesse transportam-nos para um país diferente, de mais fácil
adesão do que o revelado pelo caderno principal e pelo de economia.
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