segunda-feira, 23 de março de 2015

TERÁ O FIM-DE-SEMANA SIDO ESCLARECEDOR?



Em resposta à minha própria interrogação do penúltimo post, concluo que os resultados eleitorais de França e da Andaluzia foram parcialmente esclarecedores.
Em França, é patética, embora muito republicana, a declaração de satisfação de Manuel Valls e do PS francês, regozijando-se pelo facto da Frente Nacional ter sido barrada … por um regressado Sarkozy. Ao que o socialismo pretensamente herdeiro de Jean Jaurès e até de Mitterand está conduzido! À declaração patética de um ex-ministro do Interior, agora à frente de um agónico governo francês, sem legitimidade política evidente e talvez antecipando uma nova coabitação à la française. Esclarecedor sem dúvida. Hollande que se prepare para coabitar, sem incursões furtivas de motoreta ou viatura oficial de Estado, com o pequenino Sarkozy. Mas que belo mandato presidencial. Com tudo isto, não admira que muitos franceses pensem que a Chirac tudo seria perdoado.
Na Andaluzia, não sabemos se um velho PSOE ou se um novo PSOE aguentou o balanço através da liderança de uma intrépida Susana Diaz, sem maioria absoluta e preparando-se para governar à vista, talvez com acordos de circunstância no parlamento andaluz. Mais do que tudo um sério aviso ao PSOE nacional que tem neste primeiro resultado um referencial que vai ter dificuldade em acompanhar com todas as consequências que daí reverterão para a sustentabilidade da liderança de Pedro Sanchéz.
E tivemos um sério recuo do PP, bastante superior ao esperado e num contexto adverso, a tradição eleitoral na Andaluzia ainda marca, o PODEMOS emerge como a terceira força política regional, fazendo pensar que em contextos mais declaradamente urbanos possa assumir uma massa crítica eleitoral ainda maior.
Moral da história dificilmente replicável para outros contextos: o velho PSOE andaluz resistiu melhor que o cinzento e “OMO lava mais branco” PS de Valls. E a defesa republicana está em França entregue ao malabarista Sarkozy. Deus me valha, que não fizemos nada para aturar estas derivas.

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