O nosso adorável figurão presidencial prossegue a heroica gesta patriótica a que resolveu dedicar este seu fim de vida. Por estes dias, lá calou toda essa cambada de políticos e comentadores que por aí andavam a explorar a questão do incumprimento das obrigações fiscais de Passos, chamando à colação a sua “muita experiência para saber distinguir entre aquilo que são jogadas político-partidárias e o que são outras matérias” e recorrendo àquele misto de bom senso e grande faro que claramente o diferenciam dos restantes ao rematar que “um Presidente da República de bom senso deve deixar aos partidos as suas controvérsias político-partidárias que já cheiram a campanha eleitoral”.
Mas a criatura não tem parança e logo veio dar-nos a conhecer a reflexão (?) sobre “diplomacia presidencial” com que decidiu prefaciar o seu nono volume da série “Roteiros” (reproduzo abaixo alguns excertos devidamente selecionados). E cá ficamos a saber que sobre a UEM, além de “múltiplas conferências”, “até mesmo” publicou dois livros e assim “estava em condições” de se pronunciar. E que foi “em dezenas de encontros” que se fartou de divulgar belas palavras em torno da notabilíssima execução do programa português de assistência financeira. E, mais ainda, que hoje em dia, “na era da globalização”, a função presidencial exige homens dotados como ele autoreconhecidamente é – e concretiza: “o conhecimento dos dossiês, a capacidade de apresentação e de argumentação sobre os temas em agenda e a confiança suscitada junto dos interlocutores”. E, por fim, avisando que tenhamos o cuidado de lhe escolher um sucessor minimamente capacitado, referindo em especial dois requisitos que deve preencher: “alguma experiência no domínio da política externa e uma formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiês relevantes para o País” – Santana e Marcelo deram à costa de imediato para que a carapuça não possa parecer enfiável nas suas sonhadoras e insufladas cabeças de eternos protocandidatos...
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