sábado, 7 de março de 2015

MAIS CHINA, MENOS CHINA


Não convém nada à nossa saúde mental enquanto cidadãos do mundo que, atropelados pela avalanche noticiosa quotidiana, percamos o sentido do que realmente enforma o que nos envolve e das respetivas proporções. Por isso aqui volto a apontar para aquele longínquo leste onde a China já atingiu uma dimensão económica equivalente à dos Estados Unidos (ver gráfico acima) e vai assim contribuindo para alimentar o otimismo de alguns quanto à capacidade da economia mundial para crescer e ir rechaçando as crises que outros anunciam como mais ou menos inevitáveis ou iminentes.

No entanto, e mesmo não aflorando por ora a imensidão de contradições sociais e políticas internas que atravessam aquela que não tardará a ser claramente a maior economia do mundo, os riscos que sobre ela impendem estão aí e bem à solta. Escolho três, claramente distintos, para o ilustrar (ver gráficos abaixo): a ameaça ambiental, que tende a ser subvalorizada mas em que as emissões chinesas começam a atingir níveis alarmantes; a ameaça monetária, área em que a China concedeu uma apreciação suave do renmimbi nos últimos cinco anos mas em que os efeitos da generalização das práticas de quantitative easing parecem repercutir-se intoleravelmente na sua competitividade e exigir reavaliações com forte potencial impactante (currency war?); a ameaça associada à explosão do crédito, já referenciada pelo FMI como uma das mais gravosas em presença na configuração atual da economia mundial. E está dito...


(John Authers, http://www.ft.com)

(Nick Timiraos, http://online.wsj.com)

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