Afinal, ainda cheguei a tempo do registo no próprio dia de uma noite emocionante – e não me importo que me chamem lamechas! Ouvir Joan Baez ao vivo num Coliseu do Porto cheio de gente e de uma avassaladora dominante de cabelos brancos – a começar pela diva, do alto dos seus 74 anos – foi demais, acreditem!
Os anos passaram, mas a voz e a atitude permanecem as mesmas (ou quase, no primeiro caso). Começou com “Donna Donna” e terminou com “Where Have All the Flowers Gone” o conjunto selecionado de dezassete canções-base mais dois encore de duas músicas cada, interrompido a dada altura pela “homenagem” que quis fazer a Portugal cantando com o público “Grândola Vila Morena”. “It’s All Over Now, Baby Blue”, “House of the Rising Sun”, “Blowin’ In the Wind”, Diamonds and Rust”, “Imagine”, “Suzanne”, “Gracias a la Vida” e por aí fora numa sucessão revivalista simultaneamente entusiasmante e nostálgica. Com ela, sempre em palco e a trocar sucessivamente entre duas guitarras, apenas Dirk Powell – uma “overdose de talento” como diz Joan deste virtuoso de tantos instrumentos (guitarra, banjo, mandolim, acordeão, violino, teclas) e Gabriel Harris (percussão) e, às vezes, a voz da sua assistente Grace Stumberg.
Para guardar no baú das coisas boas, junto com o primeiro álbum dela a que tive acesso vai para meio século...
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