(Em cada município surge a cor do partido ganhador e a percentagem de voto dos 3 partidos mais votados)
(Elementos
para uma visão mais global das consequências políticas das políticas de austeridade
e da corrupção)
As eleições espanholas de ontem, locais e regionais parciais, colocam a
vida política espanhola numa encruzilhada até às legislativas próximas, em seis
meses que podem ser alucinantes ou de suspensão artificial da evolução dos
acontecimentos. A perda esmagadora das maiorias absolutas do PP, a massa
gigantesca de votos perdidos pelo PP e pelo PSOE e a ascensão meteórica do
PODEMOS sob várias formas, sobretudo em Madrid e em Barcelona, mas também em
cidades de presença relativamente digna do PP como A CORUNHA, e a emergência
ainda que aquém do esperado do CIUDADANOS, rompem com a polarização exercidas
pelos dois partidos do arco da governação.
E falamos de encruzilhada, porquê?
A ausência generalizada de maiorias absolutas estáveis coloca o PP e o PSOE
perante dilemas dignos de uma verdadeira encruzilhada. Os casos em que o PP
pode compor maiorias com o CIUDADANOS fica aquém do que seria de esperar e,
nessa situação, está o PSOE na berlinda. Ou condescende com o PP e garante-lhe
apoio seletivo em alguns ayuntamientos ou assume coligações ou acordos de
governação com o PODEMOS para viabilizar investiduras de representantes deste último
e em casos mais pontuais de representantes do próprio PSOE. Recorda-se a propósito
que a investidura de Susana Diáz (PSOE) na Andaluzia continua entupida, sem
acordo à vista que estes resultados eleitorais talvez possam desbloquear.
Inaki Gabilondo resumia assim no El País os resultados:
“Lo
peor es el semestre de inestabilidad que se avecina. Lo histórico es la llegada
de viento fresco, limpio, procedente de la calle.”
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