segunda-feira, 25 de maio de 2015

A ENCRUZILHADA ESPANHOLA




(Em cada município surge a cor do partido ganhador e a percentagem de voto dos 3 partidos mais votados) 
(Elementos para uma visão mais global das consequências políticas das políticas de austeridade e da corrupção)

As eleições espanholas de ontem, locais e regionais parciais, colocam a vida política espanhola numa encruzilhada até às legislativas próximas, em seis meses que podem ser alucinantes ou de suspensão artificial da evolução dos acontecimentos. A perda esmagadora das maiorias absolutas do PP, a massa gigantesca de votos perdidos pelo PP e pelo PSOE e a ascensão meteórica do PODEMOS sob várias formas, sobretudo em Madrid e em Barcelona, mas também em cidades de presença relativamente digna do PP como A CORUNHA, e a emergência ainda que aquém do esperado do CIUDADANOS, rompem com a polarização exercidas pelos dois partidos do arco da governação.

E falamos de encruzilhada, porquê?


A ausência generalizada de maiorias absolutas estáveis coloca o PP e o PSOE perante dilemas dignos de uma verdadeira encruzilhada. Os casos em que o PP pode compor maiorias com o CIUDADANOS fica aquém do que seria de esperar e, nessa situação, está o PSOE na berlinda. Ou condescende com o PP e garante-lhe apoio seletivo em alguns ayuntamientos ou assume coligações ou acordos de governação com o PODEMOS para viabilizar investiduras de representantes deste último e em casos mais pontuais de representantes do próprio PSOE. Recorda-se a propósito que a investidura de Susana Diáz (PSOE) na Andaluzia continua entupida, sem acordo à vista que estes resultados eleitorais talvez possam desbloquear.

Inaki Gabilondo resumia assim no El País os resultados:

Lo peor es el semestre de inestabilidad que se avecina. Lo histórico es la llegada de viento fresco, limpio, procedente de la calle.”

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