terça-feira, 26 de maio de 2015

PASSAGENS DO TEMPO (III)




(Um pouco deprimente)

Quem de nós não terá vibrado com o Bridge Over Troubled Water ou com o concerto no Central Park (1981) de Art Garfunkel e Paul Simon, lá atrás nas raízes do tempo. Ora, dentro desta nova rubrica que sublinha as passagens do tempo em realidades, cenas, pessoas ou quer que o valha que nos tenham atravessado bem fundo, dei com uma entrevista de Art Garfunkel ao Telegraph (ver aqui), também glosada no El País (ver aqui).


A reunião acidental de 2003 da parelha anunciava já alguma amargura e a entrevista ao Telegragh cava ainda mais essa amargura, lançando para o fim a ideia de que Paul sofre terrivelmente com o complexo de Napoleão, o homem é de facto muito pequenino. Mas o que ressalta da entrevista é que a separação de 1970 não está resolvida, sobretudo com a notoriedade desigual das carreiras a solo dos dois intérpretes, com o maior êxito de Paul e o relativo apagamento de Art. Uma deprimente passagem do tempo, sempre que a amargura se confunde com a usura desse tempo. E lembrar-nos que, em 1981, no Central Park, 600.000 pessoas se renderam à arte do duo. Mas por detrás do palco há sempre uma outra realidade.

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