(Farrugo, http://www.eleconomista.es)
São cada vez mais os invejosos que, por esse mundo fora, vêm procurando gerar e amplificar uma fobia anti-Varoufakis. Que o ministro das Finanças grego é um raio dum personagem, está mais do que à vista. Que o homem prima pelo excesso em termos de imagem, usando e abusando de motas e casacos de couro e de mensagens truculentas e provocatórias nas redes sociais, também é algo que pode dar-se por adquirido. Que o dito terá alguma propensão para cometer erros desnecessários e até prejudiciais, eis ainda mais qualquer coisa que já começa a não oferecer grandes dúvidas. E, no entanto...
(Ilias Makris, http://www.kathimerini.gr)
(Gianfranco Uber, http://humour-ugb.blogspot.pt)
Bem, no entanto, estou longe de estar convencido de que Varoufakis tenha sido liminarmente afastado por Tsipras da cabeça das negociações europeias no sentido traduzido por qualquer uma das leituras subjacentes aos cartunes de abertura deste post. Direi até mais: estou mesmo bastante longe de estar convencido do caráter contraproducente do papel que o ministro das Finanças grego desempenhou durante estes três meses e pico. Porque se a clara realidade é que ele irrita os seus interlocutores oficiais pelo estilo pouco formal que pratica e pelo conteúdo afrontativo do discurso que adota, tal não deixou também de lhes ir infundindo algum respeito e de lhes ir confundindo a perceção quanto à estratégia grega e aos limites a que poderá chegar. Pois era isso mesmo que, indo ao encontro do meu feeling e contrariando um certo pensamento único que se foi estabelecendo, apontava há dias um politólogo entrevistado pelo “Le Monde”: Varoufakis ajudou a colocar o problema grego no centro das atenções mundiais e essa pode não ter sido uma conquista qualquer. Para já, e independentemente das desesperadas restrições de liquidez em presença, a corajosa cartada de alto risco em que o Syriza decidiu apostar a integralidade das fichas eleitoralmente conseguidas (com Varoufakis a protagonizar um leading role) conduziu a um “Grimbo” (Grécia no limbo) que sinaliza a persistência de uma forte incógnita quanto ao desfecho – glória ou perdição? – que o futuro que hoje recomeça virá a revelar...
(Kak, http://www.lopinion.fr)
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