quarta-feira, 20 de maio de 2015

SOBRE A RELAÇÃO ENTRE DINÂMICA POLÍTICA E PARLAMENTAR




(Nada de pessoal)

António Costa bem se esforça por pautar o discurso e a ação política gerando no eleitorado potencial uma imagem de autonomia face às governações PS anteriores. Tem capacidade para isso e com o para alguns não atempado programa económico dos 12 e agora com o projeto de programa eleitoral recuperou a iniciativa política. O melhor indicador é a direção da defesa anti-aérea da maioria que procura retorquir a cada uma das ofensivas de Costa.

Mas, em meu entender, a estratégia de Costa tem um furo que é sistematicamente evidenciado nas idas à Assembleia da República do primeiro-Ministro e nos bate-boca parlamentares com o líder parlamentar do PS, Eduardo Ferro Rodrigues. Oh Deus meu, não há ninguém que explique ao líder parlamentar do PS que cavalgar a governação de Sócrates é um verdadeiro suicídio político, ainda por cima com a sua débil retórica parlamentar? Ou muito me engano ou António Costa vai ter trabalhos redobrados enquanto o parlamento continuar ativo e os debates parlamentares arruinarem o trabalho de autonomização que Costa anda inteligentemente a urdir com paciência e engenho. Não terá havido uma voz amiga e compreensiva que dissesse a Ferro que insistir que as propostas são as mesmas de há quatro anos, na última eleição, não lembraria ao assessor mais otimista da maioria?

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