(Nada de
pessoal)
António Costa bem se esforça por pautar o discurso e a ação política
gerando no eleitorado potencial uma imagem de autonomia face às governações PS
anteriores. Tem capacidade para isso e com o para alguns não atempado programa
económico dos 12 e agora com o projeto de programa eleitoral recuperou a
iniciativa política. O melhor indicador é a direção da defesa anti-aérea da
maioria que procura retorquir a cada uma das ofensivas de Costa.
Mas, em meu entender, a estratégia de Costa tem um furo que é
sistematicamente evidenciado nas idas à Assembleia da República do
primeiro-Ministro e nos bate-boca parlamentares com o líder parlamentar do PS,
Eduardo Ferro Rodrigues. Oh Deus meu, não há ninguém que explique ao líder
parlamentar do PS que cavalgar a governação de Sócrates é um verdadeiro suicídio
político, ainda por cima com a sua débil retórica parlamentar? Ou muito me engano
ou António Costa vai ter trabalhos redobrados enquanto o parlamento continuar
ativo e os debates parlamentares arruinarem o trabalho de autonomização que
Costa anda inteligentemente a urdir com paciência e engenho. Não terá havido
uma voz amiga e compreensiva que dissesse a Ferro que insistir que as propostas
são as mesmas de há quatro anos, na última eleição, não lembraria ao assessor
mais otimista da maioria?
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