José Magalhães, um modesto empresário matosinhense de 43 anos e adepto do Benfica, transformou-se neste fim-de-semana, por obra e graça de um exaltado subcomissário da PSP de Guimarães, numa grande figura da vida nacional. Não se fala de outra coisa em toda a comunicação social, com as televisões a abrirem sucessivos blocos noticiosos mostrando a imagem do acontecimento e comentando cada milésimo de segundo do dito. Independentemente dos excessos ocorridos e da justeza da sua condenação, o facto é que este país parece manietado/capturado por uma esquizofrénica lógica tipo “Correio da Manhã”, assim como que perdido e achado entre o fado do desgraçadinho e o prazer sórdido do escândalo. Até Vieira já cavalgou a onda, tomando a iniciativa de convidar o herói a assistir ao último jogo do seu clube no camarote presidencial acompanhado dos filhos (de 13 e 9 anos), que deverão também ir ao relvado para lá assistirem à entrega da taça e, espera-se, assim conseguirem manter a fé no desporto-rei. E a pergunta impõe-se com naturalidade: porque não empurrarmos este poderoso justiceiro social para uma candidatura patriótica à Presidência da República?
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