(Aliviar não
significa eliminar a austeridade)
A evolução mais recente da economia espanhola traz-nos uma verdade
anunciada que o pensamento ainda dominante se recusa a aceitar por razões que são
bem conhecidas. O crescimento trimestral da economia espanhola aponta para
valores de 1,6% em relação ao trimestre anterior e o INE espanhol não tem dúvidas
em afirmar que a principal explicação foi a evolução mais favorável da despesa
pública, o que o leva a aumentar a precisão de crescimento anual para 2,7%.
A economia espanhola parece retomar o também observado na economia britânica.
O aliviamento da austeridade o que não significa eliminá-la teve como não podia
deixar de ser consequências sobre o crescimento económico e daí que a cantilena
governamental de que os sacrifícios realizados e as reformas concretizadas
estariam agora a dar os seus frutos é só poeira. Ora, como o INE espanhol o evidencia, uma
parte da recuperação deve-se ao aliviamento da austeridade e ao comportamento
menos restritivo da despesa pública. Parece claro, não? E oficial também!
Como é óbvio ninguém sustenta que só deveremos crescer através do
comportamento da despesa pública. Há que retomar as condições normais do
crescimento económico e torna-lo mais pró-emprego e mais distributivo. Mas não
nos tapem os olhos com uma peneira foleira. O aliviamento da austeridade não
pode deixar de ter implicações, até porque em Espanha a despesa pública explica
20% da procura interna.
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