Eis aquela que parece ser a síntese dos principais movimentos diplomáticos que o Governo está a preparar para este final de legislatura, dando assim azo a protestos legítimos mas moralmente duvidosos por parte de um PS que se fartou de fazer o mesmo ao longo de todo o seu passado governativo. Sim, porque esta é mais uma daquelas áreas em que o sentido de Estado deveria prevalecer sobre tudo o mais e dar lugar a que fosse acordada uma transparente lógica de regime que definisse critérios (contra discricionariedades) e timings (contra nomeações pré-eleitorais em fim de festa). E a evidência de que há prémios de carreira para os diplomatas que prestem bons serviços políticos – ou, talvez até melhor, político-partidários – é pura e simplesmente terceiro-mundista (to say the least). Como vai ser agora o caso da chefe de gabinete de Portas e do secretário de Estado da Justiça e já foi o do atual embaixador em Madrid que, para lá chegar, teve de ser leal ao Coelho no exercício da chefia do seu gabinete durante uma temporada. Ninguém terá a coragem cidadã de impedir todas estas perversas acumulações/circulações de funções que têm vindo a transformar embaixadores em ministros ou serviçais governativos para depois voltarem a um melhorado exercício diplomático e/ou frequentemente acabarem as suas carreiras no lóbi puro e duro (veja-se o exemplo-limite de descaramento desse inconcebível António Martins da Cruz)?
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