terça-feira, 12 de maio de 2015

O QUE MOEDAS ESCOLHEU SER



Fica bem a Carlos Moedas mostrar o seu reconhecimento pelo forma como Passos o tratou, designadamente colocando-o na atual equipa de comissários bruxelenses. E não só lhe fica bem como também comprova que estamos perante alguém que tem raízes e princípios, entre um berço baixo-alentejano com salpiques comunistas e manifestações de extremosa formação católica. Mas, ainda assim, a criatura não precisava de exagerar com aquelas suas referências ao “mais sólido político da sua geração” e àquilo que “o faz ficar acima de todos os outros: a sua capacidade sobre-humana de manter a calma e o controlo nos momentos mais difíceis”, acrescentando que “aliás, de uma forma singular, quanto maior a pressão, maior a sua calma.” E muito menos precisava de lembrar aquele “momento-limite” em que o louvado lhe recomendou um “pare, pense e respire” seguido de um tão elucidativo “e sobretudo não reaja como eles imaginam que vai reagir”. Ou de quase ir às lágrimas ao sublinhar “uma vida tão diferente daquela que muitos imaginam ser a vida de um primeiro-ministro – talvez por ser tão leal, talvez por ser tanto cheia de tantas lutas, ela não parece a vida que muitos imaginam ser a vida de um primeiro-ministro”. Mas, não satisfeito e talvez sentindo que a graxa não era bastante, Moedas não se escusou a divulgar aquele fantástico exemplo do elevador em que um grupo de pessoas ficou fechado e só logrou ser salvo pelas “próprias mãos”, mais heroicas do que milagrosas, desse inigualável Passos que em boa hora Deus pôs no caminho dos portugueses para com ele encontrarem a salvação...

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