Na 68ª edição do Festival de Cinema de Cannes, aquela que terá sido a definitiva consagração internacional de um grande realizador português. Numa trilogia assim sintetizada por Isabelle Regnier no “Le Monde” de hoje: “Inspiradas na estrutura fundadora do Livro das Mil e Uma Noites, cada uma das histórias deste filme patchwork tem a sua estética, e cada uma das suas três partes, O Inquieto, O Desolado e O Encantado, a sua tonalidade. A partir de uma multitude de factos diversos e de testemunhos recolhidos entre 2013 e 2014 por uma equipa de jornalistas, o autor de Tabu inventa as suas ficções injetando fantástico no real, e puxando o real para o fantástico. Contra a política de austeridade do governo português, designada no início de cada filme como responsável pelo estado de sufoco com que se debate hoje o povo, contra a ideia mortífera de que não haveria alternativa, o filme clama a sua liberdade em cada plano, navegando da farsa ao drama, da comédia musical ao melodramático, do filme de suspense ao filme fantástico.” E, afinal, nem tudo terá sido destruição no austeritarismo místico e radical que nos fustigou...
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