Não, não é um reclame piroso e falhado a um qualquer champô. É apenas o psiquiatra de Rui Rio a fazer-lhe o elogio, exemplarmente aliás como se pode comprovar por aquele excerto em que fatiava a população portuguesa quanto à opinião sobre o seu doente: “uma, que eu penso que é maioritária, das pessoas que o apreciam muito, mesmo não alinhando ideologicamente nas suas fileiras; [outra fatia], aquelas pessoas que, respeitando-o, são seus adversários, também é relativamente extensa como calcula; e há uma fatia, que é muito estreita, muito pequena, mas que tem muita palpitação, muita vibração, muita força mediática, ligada enfim a certos nichos da cultura, do desporto, (...) e que têm, como disse, um traço comum, todos: têm exatamente nas suas personalidades caraterísticas que são opostas àquilo que o define a ele: integridade, princípios, valores...”. Mais à frente, e apesar de confessar nada perceber de circuitos políticos, lá deixa cair quase naturalmente o principal recado que lhe havia sido encomendado: “Estamos diante de um homem que privilegia, não é verdade?, o interesse público em detrimento do privado; é um homem que planeia, que pensa no futuro, que tem a ética sempre como horizonte; obviamente que ele tem as caraterísticas exatas para isso”. Que grande profissional, este Cardoso, um sentido e merecido aplauso para ele!
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