As mais imprevisíveis eleições de sempre no Reino Unido são já na Quinta-Feira e a elas ainda voltarei. Mas, entretanto, a agenda noticiosa mais mundana não para por aquelas bandas, com destaque para o nascimento de Charlotte (um nome completo afinal tão logicamente previsível quanto acertar no totobola às Segundas) e para o escusado desbocamento do nosso Mourinho novamente por lá campeão (convirá não esquecer que a questão já não se limita ao boring, sobretudo desde que a sua equipa se ficou pelos Oitavos na Liga dos Campeões a jogar para trás contra dez e em casa).
Não resisto também a aqui deixar uma merecida menção a um outro espetáculo desportivo, tão mental e fisicamente extenuante quanto emocionante, e que ontem terminou no mítico Crucible Theatre de Sheffield: o campeonato mundial de snooker, que desde 18 de abril fui observando conforme pude pelo canto do olho (e às vezes, forçado pela atração dos acontecimentos, algo mais do que isso) na Eurosport. A final de ontem, ganha pelo inglês Stuart Bingham de 38 anos, foi épica, sobretudo na fantástica e muito tática trigésima primeira partida (frame) de 64 minutos que colocou o vencedor à frente (16-15) e o embalou para o título. Bingham, conhecido no meio por “patinho feio” pelo estoicismo com que enfrentou as adversidades de uma longa carreira que parecia destinada ao insucesso, partiu em 10º lugar do ranking mundial e com chances de 50 para 1 nas casas de apostas mas evidenciou uma magnífica preparação e grande leitura de jogo e triunfou justamente, conquistando trezentas mil libras de prémio: foi dele a melhor entrada/tacada (break) do torneio (145 pontos) e, sobretudo, eliminou sucessivamente o nº 7, o nº 2 O’Sullivan (Quartos de Final), o nº 6 Trump (Meias-Finais), que afastara o chinês Junhui (nº 3), e o nº 8 Shaun Murphy (Final).
Sem comentários:
Enviar um comentário