(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
Medievalismo à solta pelo mundo neste início do século XXI. Dois dos mais bárbaros e bizarros exemplos em curso chegam-nos repetidamente do Oriente, Médio e Extremo.
Lá mais longe, a norte da península da Coreia, o inimaginável regime de Kim Jong-un a funcionar no meio de toda uma bem oleada máquina de opressão e terror ao serviço de um absurdo culto da personalidade. Desta vez, e depois daquele tão noticiado assassinato do tio do “querido líder” (atirado aos cães?), terá sido o ministro da Defesa a ser executado por fogo antiaéreo devido a ter sido apanhado a dormitar enquanto o “querido líder” discursava durante um evento militar (ao que alguns relatos mais condescendentes também acrescentam alguns atos desrespeitadores, o que a atitude subserviente do homem não indicia como provável). Apenas manifestações mais salientes do exercício do poder pela estalinista e “autossuficiente” dinastia dos Kim (Kim Il-Sung desde a fundação do país em 1948 e até 1994, o filho Kim Jong-il nos dezassete anos subsequentes e o neto Kim Jong-un há já quase quatro anos), assente numa total ausência de liberdade de expressão, em 200 mil presos políticos, numa fome generalizada e em sistemáticos crimes contra a humanidade (execuções, torturas, violações, mortes por subalimentação, etc.) frequentemente reportados pelas Nações Unidas. Tudo isto com a perigosa agravante de o regime em causa possuir armas nucleares.
(Randy Bish, http://www.caglecartoons.com)
Aqui mais perto, as atrocidades em massa, histórico-culturais e humanitárias, do autoproclamado “Estado Islâmico”, especialmente no Iraque (onde acabaram de conquistar a estratégica cidade de Ramadi) e na Síria (onde a histórica e fabulosa cidade da rainha Zenóbia (século III), Palmira, está na iminência de vir a ser objeto de uma saga destruidora equivalente à que recentemente atingiu Nimrud e Mossul). Tudo em nome de um fervor religioso e de um superior serviço missionário e evangelizador.
(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)
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