Não é falsa modéstia, mas o que o INTERESSE PRIVADO, ACÇÃO PÚBLICA tem
escrito sobre o que se tem passado e que se vai passar no Reino Unido é bem
mais robusto do que a mediania do comentário político tem feito passar pela
pouco exigente opinião pública nacional.
O Banco de Inglaterra acaba de publicar um documento, o INFLATION REPORT
que embora diga pouco sobre as incongruências da política fiscal do governo
conservador (ver aqui o sentido crítico de Simon Wren-Lewis no Mainly Macro),
constitui um bom referencial para compreendermos o momento eleitoral recente e
o pós eleições no Reino Unido.
Cito para isso Martin Sandbu no Financial Times que retoma e bem o
argumento que, em meu entender, quase não passou no comentário político
nacional (iliteracia económica que baste) e que o INTERESSE em devido momento
anotou:
“O assunto
mais importante do Inflation Report ontem publicado pelo Banco de Inglaterra não
é de todo de origem monetária. É o fraco crescimento da produtividade que penalizou
a economia do Reino Unido desde a crise. O abrandamento da produtividade complica
a fixação da taxa de juro de várias maneiras. A não ser que a produtividade
recupere, os gestores da política monetária devem pensar rapidamente que estão
a chegar ao ponto em que um estímulo monetário sobreaquece em vez de recuperar o
não utilizado e aumentos de taxa estarão em cima da mesa se o crescimento for
lento. Mas o facto do abrandamento da produtividade ser tão pouco compreendido
gera uma enorme incerteza acerca do determinante central de uma política monetária
apropriada. O melhor palpite do Banco de Inglaterra é que o futuro está um
pouco pior; reviu em baixa a sua previsão de crescimento para este ano e os
dois próximos em 0,3 pontos percentuais”.
Tal como referi oportunamente o abrandamento da produtividade poupou os
britânicos e naturalmente os conservadores a uma austeridade mais penalizadora
do mercado de trabalho, embora destruindo produto, mas deixou problemas por
resolver que o novo governo conservador terá de afrontar.
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