Não passa de um palpite talvez facilmente rebatível pelo próximo evoluir dos acontecimentos, mas a sensação que me dá é a de que Marcelo anda a preparar alguma. Sendo que quase tudo pode estar para suceder entre a semana em que vamos entrar, com Mendonça Mendes e Pedro Nuno a responderem à Comissão Parlamentar de Inquérito, e a ida do País a banhos lá para perto do final de julho. Sendo também que nada do que vai passando pela cabeça do Presidente parece especialmente ditado por uma estratégia ao serviço do interesse nacional mas sim, e preferencialmente, por uma razoável sede de vingança de que apenas falta conhecer-se a extensão dos estragos pretendidos (atirar em definitivo a “bomba atómica” para cima de Costa ou apenas assustá-lo, sempre exibindo em simultâneo um protagonismo tipo “dono disto tudo”). E como pouco do que vamos observando na cena política nacional comporta mínimos de sentido, também não estou certo daquilo que o primeiro-ministro intimamente pretende (jogar divertidamente o jogo, entalando uns e outros do alto da sua maioria absoluta, ou forçar mesmo a que Marcelo o liberte de uma legislatura relativamente à qual a sua pica tende para zero, assim lhe possibilitando ainda uma exploração mais ativa das suas hipóteses europeias), tanto mais quanto ele, embora evite apresentar-se assim, é verdadeiramente o mais rebuscado dos agentes políticos em palco. Aqui fica este feeling que subitamente me assaltou e logo decidi partilhar num escrito feito de jato.
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