A portada do “El País” de hoje sintetiza quase à perfeição o rescaldo direito das eleições locais espanholas de final de março (a direita governará a maioria das câmaras) e o correspondente rescaldo indireto (negociações com a extrema-direita para formação de várias soluções governativas e aproveitamento pelo Vox da oportunidade para impor ao PP a ultrapassagem de algumas linhas vermelhas que se esperavam de um Feijóo cada vez mais seduzido pela miragem da Moncloa e, portanto, cada vez menos aberto a preocupações de princípio ou a conjeturas futuristas assentes em passados trágicos ― o que desilude e é potencialmente péssimo para as hostes democráticas), deixando ainda os principais títulos de desenvolvimento noticioso (ver abaixo) uma ideia aparentemente clara da correta tática de “cordão sanitário” à esquerda que parece estar a ser privilegiada pelo PP (veja-se o seu apoio à candidata do PSOE em Vitória para impedir uma presidência ao Bildu). Com Sánchez a preparar a sua variada artilharia e a contar com o contributo proveniente do acordo alargado à sua esquerda (Sumar e Yolanda Díaz, com o Podemos devidamente acantonado), o que mais podemos ter por certo é a observância de um mês de julho absolutamente escaldante em terras hispânicas.
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