sexta-feira, 2 de junho de 2023

CUIDADO COM O ENDIVIDAMENTO AMERICANO!

(James Ferguson, http://www.ft.com)

Após um momento de algum frisson em cuja materialidade já ninguém verdadeiramente acredita, com negociações alegadamente duras entre Joe Biden e Kevin McCarthy e a ala mais radical do Partido Republicano a ameaçar rompimentos, a Câmara dos Representantes e o Senado lá aprovaram em cima da hora o compromisso alcançado sobre o aumento/suspensão do teto da dívida americana por forma a evitar uma inédita situação de incumprimento do país mais poderoso do mundo.

 

Abstraindo do teatro e da coreografia, estamos de facto perante um fenómeno que começa a ter contornos de recorrência e que contém elementos de uma significativa perigosidade no quadro da ordem internacional em que vivemos (por razões associadas à centralidade dos EUA e da sua moeda, designadamente). Ou seja: alguém com responsabilidades decisionais nos EUA deveria tomar em mãos um problema (o tremendo endividamento público do país, só ultrapassado por Japão e Itália no contexto das economias mais ricas à escala global) em que as culpas são claramente partilhadas interpartidariamente e intertemporalmente (uma ilustração recente está no gráfico abaixo) e que comporta efetivamente um enorme potencial de impacto ― mas a realidade é que não emergem as condições objetivas e subjetivas para que tal possa acontecer e a questão vai sendo empurrada com a barriga até que um dia nos venha a cair a todos em cima!



(Elaboração própria a partir de https://www.thebalancemoney.com)

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