sexta-feira, 23 de junho de 2023

NOTÍCIAS DO MEU CLUBE

Através das capas dos desportivos de hoje, um excelente e muito revelador digest sobre a aflita estratégia empresarial e comunicacional do meu FC Porto.

 

No mais benfiquista (“A Bola”), uma pequena nota de preparação para a escandalosa venda de Otávio, algo que começa a surgir como desgraçadamente irreversível. No mais distribuído (“Record”), um recado desesperado, igualmente modesto em tamanho, sobre a desejada venda de Diogo Costa, que começa a parecer mais difícil do que previam os administradores financeiros, e outro para Sérgio Conceição no sentido de que não lhe cabe atrever-se a pensar fora da caixa dos Dragões. No mais regionalizado (“O Jogo”), uma parangona das grandes que parece visar uma tentativa de contrapor à frustração dos adeptos com um levantar da lebre de um eventual regresso ao Porto do brasileiro Alex Telles.

 

Ao que se chegou, penso comigo próprio, tanto mais que, no entretanto, os rivais ditos encarnados continuam a comprar e vender todos os dias, pelo menos na palavra de comentadore(a)s entusiasmado(a)s como raramente se lhes vê no respetivo exercício especulativo ― não é que a estratégia aquisitiva, vendedora e de renovações do plantel de Rui Costa se me revele como especialmente inteligente e bem conseguida, seja em termos financeiros potenciais ou em termos de eficácia desportiva (Di Maria e Kökçü, para já e sem esquecer as inúmeras “contratações” em curso (Kerkez, Taty Castellanos, Bento Matheus, Reijnders, Arda Guler, Rogério, eu sei lá!) mas suscitando mexidas e a gestão de dossiês complicados em Gonçalo Ramos e Rafa, Schjelderup e Tengstedt, Lucas Veríssimo e João Victor (omitindo Brooks), Henrique Araújo e Tiago Gouveia, Petar Musa e David Neres, Gonçalo Guedes e João Mário, Carlos Vinícius e Seferović, eu sei lá, again!), embora também não deixe de ser óbvio que a massa crítica é outra e que o “buraco” se apresenta menor e/ou bem mais disfarçado.

 

O futebol português e os seus principais clubes (do Sporting é melhor nem falar!) a darem sinais de caminhar para fundos nunca antes atingidos, talvez só suscetível de uma qualquer volta a alguma razoabilidade se fundos outros por cá vierem acabar por concretizar as suas predadoras incursões.

 

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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