Estamos à beira de terem passado seis meses sobre o regresso de Lula ao poder no Brasil, tempo suficiente para aqui deixar uma primeira impressão. E essa vai no sentido que o cartunista sintetiza de modo eficaz como sendo o problema: o de um Lula sobretudo mergulhado em diversos fantasmas do seu acidentado passado para finalmente acabar por ir dando sinais de essencialmente não reconhecer nenhum. Senão vejamos: já tivemos um Lula antiamericano primário e objetivamente branqueador de Putin como já tivemos um Lula a ficar de mão estendida perante Zelenski, já tivemos um Lula a apresentar-se como néscio promotor de uma moeda única latino-americana como já tivemos um Lula em versão guevarista revisitada ao lado de Maduro, já tivemos um Lula sem drive perante incompreensíveis compromissos parlamentares internos como já tivemos um Lula proclamadamente defensor dos povos indígenas a ceder ao agronegócio. Claro que ainda há o Lula do combate à pobreza e à fome no seu país, aquele que procura navegar sobre o grande louro da sua passagem governativa anterior, mas convenhamos que o que se vai conhecendo não parece especialmente animador face a tudo quanto o Brasil precisa e teria condições para fazer.
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