quinta-feira, 22 de junho de 2023

SE MAIS DEPRESSA FALAVA...

 

Ainda a tinta de vários escritos precaucionários não tinha secado e já os protagonistas políticos espanhóis, por ora os das alas direitas, mostravam como a “guerra” do próximo mês vai ser sem cartel.

 

Muito curioso que, enquanto Alberto Feijóo abençoava a aproximação do PP ao Vox em várias cidades e assim antecipava uma hipótese governativa de recurso para o caso de não lograr convencer o eleitorado moderado do seu plano A (centrado na necessidade de afastar definitivamente o sanchismo), tenha sido a sua correligionária da Extremadura (Maria Guardiola) a optar corajosamente por um rompimento com a extrema-direita (entre um “não posso deixar entrar no meu governo os que negam a violência machista” e um “a Extremadura não se governa a partir de Madrid”) que lhe garantiria a investidura naquele seu Estado.


Tudo aponta para começarmos a estar em presença de uma distinção entre a prioridade e fidelidade aos princípios (no caso, princípios de um tipo largamente novo, que não menos relevantes e até mais estruturantes) e a alternativa de uma preferência pelo jogo tático que melhor possa conduzir ao poder da Moncloa.

 

Com Feijóo algo entalado em todo este processo (e a malta a observá-lo e a testá-lo...), embora certamente ainda convencido de que poderá ter argumentos e engenho para lograr escapar na última hora à maldição de ter de se ligar sem remissão a Abascal ou de vir a deparar-se com outra e não menor maldição como seria a de uma verdadeira “geringonça” à espanhola.


(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)

(Tomás Serrano, https://www.elespanol.com)

(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)

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