quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O PRESIDENTE INEXISTENTE



Já aqui admiti em tempos que a bem da não degradação das instituições e por misericórdia haveria que ajudar Cavaco a concluir o seu infortúnio de ter pensado além das suas capacidades e ter regressado à Presidência. Mas o próprio tem por si só cavado o seu naufrágio. O discurso de Ano Novo que engendrou para hoje é o anticlímax da motivação e do envolvimento dos Portugueses, culminando no “esquecimento” da constitucionalidade do orçamento de 2014, abdicando assim aparentemente do pedido de fiscalização sucessiva do mesmo junto do Tribunal Constitucional.
Cavaco transforma-se no Presidente inexistente, irrelevante, descartável, encobridor da maioria e o pior é que o faz com um pretenso discurso de compromisso nacional, não compreendendo que já há bastante tempo deixou de ser bússola ou referência possível para qualquer acordo interpartidário de salvação ou compromisso nacional. Cavaco transformou-se inexoravelmente em algo que o português moderno rejeita não querendo com ele confundir-se, não podendo por isso patrocinar nada de relevante. Maria afagará certamente o seu ego, consolando-o de que fez a coisa certa, a maioria agradece, mas a sua relevância ficará acantonada ao aconchego do lar.

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