Já aqui admiti em tempos que a bem da não
degradação das instituições e por misericórdia haveria que ajudar Cavaco a
concluir o seu infortúnio de ter pensado além das suas capacidades e ter
regressado à Presidência. Mas o próprio tem por si só cavado o seu naufrágio. O
discurso de Ano Novo que engendrou para hoje é o anticlímax da motivação e do
envolvimento dos Portugueses, culminando no “esquecimento” da
constitucionalidade do orçamento de 2014, abdicando assim aparentemente do
pedido de fiscalização sucessiva do mesmo junto do Tribunal Constitucional.
Cavaco transforma-se no Presidente inexistente,
irrelevante, descartável, encobridor da maioria e o pior é que o faz com um
pretenso discurso de compromisso nacional, não compreendendo que já há bastante
tempo deixou de ser bússola ou referência possível para qualquer acordo interpartidário
de salvação ou compromisso nacional. Cavaco transformou-se inexoravelmente em
algo que o português moderno rejeita não querendo com ele confundir-se, não
podendo por isso patrocinar nada de relevante. Maria afagará certamente o seu
ego, consolando-o de que fez a coisa certa, a maioria agradece, mas a sua relevância
ficará acantonada ao aconchego do lar.
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