Está desde há muito convencionado que as Festas acabam com o Dia de Reis. Eis uma boa razão para que pessoalmente aqui as dê por encerradas hoje com uma referência às escolhas feitas para 2016 por dois dos meus jornais de eleição, o britânico “Financial Times” e o francês “Le Monde”.
O primeiro optou por um forecasting the world através dos seus especialistas temáticos (gente como Edward Luce, Philip Stephens, Chris Giles, Martin Wolf, Gideon Rachman, Janan Ganesh, David Piling, Ed Crooks ou Richard Waters), significativamente dominados pelo otimismo e apenas verdadeiramente surpreendendo na arriscada aposta assumida pelo reputado comentador de assuntos internacionais Gideon Rachman que respondeu “não” à pergunta sobre se Angela Merkel irá permanecer como chanceler alemã até ao final do ano – explicando-se assim:
“Embora 2015 terminasse com a senhora Merkel a receber uma ovação de pé na conferência do seu partido no poder (CDU), é provável que 2016 assista ao fim do seu longo reinado como chanceler. Aquela ovação pareceu uma prova conclusiva de que o seu posto está seguro – apesar das pressões causadas pela chegada de cerca de um milhão de refugiados à Alemanha em 2015. Mas a senhora Merkel prometeu agora reduzir o fluxo de refugiados no próximo ano. Isto é provavelmente incumprível, já que migrantes desesperados continuam a fluir com a ajuda de contrabandistas de pessoas.
A admiração pela coragem e liderança moral da chanceler dará lugar à incerteza e ao descontentamento. O ponto de rotura poderia ser uma revolta dos governos locais, que se declaram incapazes de lidar com os números. Isso, por sua vez, provocaria finalmente uma contestação à chanceler de dentro da CDU, tornando a sua posição insustentável.”
O primeiro optou por um forecasting the world através dos seus especialistas temáticos (gente como Edward Luce, Philip Stephens, Chris Giles, Martin Wolf, Gideon Rachman, Janan Ganesh, David Piling, Ed Crooks ou Richard Waters), significativamente dominados pelo otimismo e apenas verdadeiramente surpreendendo na arriscada aposta assumida pelo reputado comentador de assuntos internacionais Gideon Rachman que respondeu “não” à pergunta sobre se Angela Merkel irá permanecer como chanceler alemã até ao final do ano – explicando-se assim:
“Embora 2015 terminasse com a senhora Merkel a receber uma ovação de pé na conferência do seu partido no poder (CDU), é provável que 2016 assista ao fim do seu longo reinado como chanceler. Aquela ovação pareceu uma prova conclusiva de que o seu posto está seguro – apesar das pressões causadas pela chegada de cerca de um milhão de refugiados à Alemanha em 2015. Mas a senhora Merkel prometeu agora reduzir o fluxo de refugiados no próximo ano. Isto é provavelmente incumprível, já que migrantes desesperados continuam a fluir com a ajuda de contrabandistas de pessoas.
A admiração pela coragem e liderança moral da chanceler dará lugar à incerteza e ao descontentamento. O ponto de rotura poderia ser uma revolta dos governos locais, que se declaram incapazes de lidar com os números. Isso, por sua vez, provocaria finalmente uma contestação à chanceler de dentro da CDU, tornando a sua posição insustentável.”
a partir de http://www.ft.com)
Já o “Le Monde” preferiu optar por alguma multidisciplinaridade para apontar les défis que os seus jornalistas entendem como mais relevantes quando chamados a especular sobre as suas principais expectativas para o ano já em curso: da sobrevivência do espaço Schengen ao recuo do Estado Islâmico, da adequada finalização do mandato de Obama à fragilidade do crescimento dos países emergentes, da inevitável manutenção dos estados de emergência aos esforços de renascimento dos espaços culturais destruídos pelo fanatismo religioso.
(a partir de
http://lemonde.fr)
Quanto a Portugal, e à luz do que têm sido os crescentes e singulares fenómenos ocorridos nos últimos anos, as coisas parecem bem mais complexas de prever e assim, assaz previdentemente aliás, os responsáveis do nosso “Expresso” preferiram privilegiar o balanço de 2015 e desses acontecimentos apenas procurarem retirar algumas cautelosas ilações para 2016. Como resulta da imagem seguinte:
(a partir de http://expresso.sapo.pt,
cartoon de Paulo Buchinho)
Un,
deux, trois... c’est parti!
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