(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Será justo começar por sublinhar, em abono da Instituição, que dificilmente alguma coisa acontece por acaso no PCP ou com o PCP. Sobretudo ao mais alto nível, estamos perante verdadeiros profissionais da política que levam o seu trabalho muito a sério e o mais a sério que lhes é possível. É a partir desse pressuposto que tendo a inclinar-me para considerar reveladora (e não uma mera e infeliz gafe) a declaração de um acossado Jerónimo de Sousa sobre a “candidata engraçadinha” que também podia ter sido lançada pelo seu partido (a exemplo do que fez o Bloco de Esquerda com Marisa Matias).
Reveladora de quê? Pois reveladora de uma fortíssima incomodidade associada à visivelmente falhada escolha de Edgar Silva como candidato às Presidenciais, uma incomodidade largamente provocada/estimulada pela exploração que poderá estar a ser feita internamente pelos críticos das orientações e opções estratégicas (ou táticas?) de Jerónimo e seus próximos – sejam os ortodoxos da chamada “linha dura” (por definição do seu posicionamento dito ideológico), sejam os variados tipos de descontentes pelo apoio parlamentar que vem ajudando a viabilizar o atual governo, sejam os defensores de uma mudança (rejuvenescedora ou encanecedora, refrescadora ou enconchadora) na liderança a concretizar no próximo Congresso.
De todo o modo, se eu tiver razão – e até gostava preferencialmente de não a ter por todas e cada uma das motivações acima referenciadas – não vai tardar muito que tal se venha a tornar manifestamente patente aos olhos de todos os portugueses...
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