segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

UMA NOTA SOBRE O JOGO FISCAL INTERNACIONAL

(elaboração própria a partir de http://www.expansion.com)

O ano findo conheceu alguns esforços internacionalmente significativos no sentido do combate a situações socialmente inaceitáveis de fuga e eficiência fiscal por parte das grandes empresas multinacionais do planeta. Chamo hoje aqui à colação um trabalho recentemente divulgado pelo jornal espanhol “Expansión” sobre o comportamento revelado pelas grandes empresas americanas na matéria – e são 2,1 biliões de dólares em tesouraria disponível nas suas filiais em território estrangeiro onde a tributação se lhes apresenta bem mais simpática do que os 35% de imposto sobre as sociedades que vigoram nacionalmente, sendo apenas duas (numa amostra com vinte e uma) as grandes companhias (Facebook e Yahoo) cuja taxa efetiva de tributação excede 35%; ao invés, duas companhias pagam em torno de apenas 10% efetivos (Amgen e General Electric), quatro ficam abaixo dos 20% (eBay, Qualcomm, Google e Cisco Systems), nove abaixo dos 30% (Johnson & Johnson, Oracle, Medtronic, Hewlett-Packard, Coca-Cola, Pepsico, Pfizer, Intel e Apple) e as restantes quatro abaixo da dita fasquia dos 35% (Merck, Amazon, Wal-Mart e Microsoft). A peça refere ainda, em termos meramente comparativos das ordens de grandeza em questão, que aqueles montantes de tesouraria acumulados pelas referidas 21 companhias ascendem a um montante equivalente ao do PIB italiano, que a tesouraria das oito maiores tecnológicas atinge um valor próximo do PIB austríaco (ou da capitalização bolsista da Microsoft) e que o valor da tesouraria da Apple (uns 205,7 mil milhões de dólares que constituem, aliás, um recorde mundial corporativo) lhe permitiria adquirir de uma assentada a IBM, a Yahoo e a Netflix (ou, em Espanha, a Inditex, o Banco Santander e a Mapfre). Curiosidades bem reveladoras!

Sem comentários:

Enviar um comentário