quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

DIVERSOS NADA IRRELEVANTES



As lágrimas de Obama entupiram ontem os takes das agências noticiosas de todo o mundo. Terá sido talvez mais um daqueles excessos da sociedade mediática, bisbilhoteira e voyeurista que é a do nosso tempo. E, no entanto, o fundamento de tais lágrimas é justo e, creio sinceramente, profundamente sentido. Pois que deve ser verdadeiramente desesperante que, apesar da sucessão de atos tresloucados e gratuitos associados à posse generalizada de armas no país, resulte para um titular máximo de poder executivo a impotência essencial de se ver continuadamente confrontado com o peso obstaculizador dos seus adversários políticos no Congresso norte-americano.


(Mette Dreyer, http://politiken.dk)

Tempos houve, não muito distantes, que levaram a que nos habituássemos a situar nos países nórdicos as manifestações mais acérrimas e expressivas de solidariedade humanitária. Não pode ser, assim, sem um grande espanto que nos deparamos com a evidência de a Suécia e a Dinamarca terem decidido reforçar o controlo das suas fronteiras (inexistente há mais de cinquenta anos entre os dois países) para evitar a entrada de mais refugiados. Com a Dinamarca a decidir-se adicionalmente pelo controlo da sua fronteira com a Alemanha, procurando deste modo “colocar pressão” sobre as autoridades deste país e da União Europeia.



A França política está ao rubro, e não só pelas razões mais justificadas e badaladas. Com efeito, e a coberto dos ataques terroristas de Paris, o presidente Hollande parece querer imprimir uma nova dinâmica à sua depauperada imagem junto da opinião pública com vista à criação de condições para o desejado lançamento da sua candidatura presidencial para 2017. Baralhando tudo e todos, à esquerda e à direita, em torno da questão da constitucionalização da retirada de nacionalidade, numa fronda obsessiva, descontrolada e potencialmente muito perigosa.

Sem comentários:

Enviar um comentário