quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

MILITAR NA TRANSGRESSÃO COM UM SORRISO

(Agustin Sciammarella, El País)



(Jesús Ruiz Mantilla encontrou no El País uma fórmula muito bonita para assinalar o desaparecimento de Pierre Boulez)

Não tenho obviamente formação musical que me permita avaliar o contributo real de Pierre Boulez para a história da música. As referências marcantes que tenho respeitam até a direções de Boulez com pianistas que me fascinam, como por exemplo Krystian Zimerman (Ravel) e Mitsuko Uchida (Berg), que ainda consegui ver na Casa da Música, algumas interpretações de Messiaen e muito pouca obra sua. Mas pelo que li Boulez é um transgressor nato, o que Mantilla capta excelentemente no seu obituário, recolhendo um testemunho do próprio Boulez: “O que me move é a transgressão. Contas com um universo e transgride-lo. Crias outro e voltas a transgredi-lo.”



O título de Mantilla “Boulez ou o sorriso da transgressão” diz com alguns dos registos que o seu desaparecimento, designadamente o de António Jorge Pacheco da Casa da Música.

Ora a transgressão das ideias é uma marca do INTERESSE. Não é de facto necessário fazer de macaco violento para transgredir em matéria de pensamento. É mais uma atitude e o sorriso da transgressão é uma forma felicíssima que devemos a Mantilla e ao El País e já agora à caricatura de Agustin Sciammarella.

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