(Agustin Sciammarella, El País)
(Jesús Ruiz
Mantilla encontrou no El País uma fórmula muito bonita para assinalar o desaparecimento de Pierre
Boulez)
Não tenho obviamente formação musical que me permita
avaliar o contributo real de Pierre Boulez para a história da música. As
referências marcantes que tenho respeitam até a direções de Boulez com
pianistas que me fascinam, como por exemplo Krystian Zimerman (Ravel) e Mitsuko
Uchida (Berg), que ainda consegui ver na Casa da Música, algumas interpretações
de Messiaen e muito pouca obra sua. Mas pelo que li Boulez é um transgressor
nato, o que Mantilla capta excelentemente no seu obituário, recolhendo um
testemunho do próprio Boulez: “O que me move é a transgressão. Contas com um
universo e transgride-lo. Crias outro e voltas a transgredi-lo.”
O título de Mantilla “Boulez ou o sorriso da
transgressão” diz com alguns dos registos que o seu desaparecimento,
designadamente o de António Jorge Pacheco da Casa da Música.
Ora a transgressão das ideias é uma marca do INTERESSE.
Não é de facto necessário fazer de macaco violento para transgredir em matéria
de pensamento. É mais uma atitude e o sorriso da transgressão é uma forma
felicíssima que devemos a Mantilla e ao El País e já agora à caricatura de
Agustin Sciammarella.
Sem comentários:
Enviar um comentário