segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

MEMÓRIA E PRESENTE DAS PRESIDENCIAIS



(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Arrancou a campanha eleitoral para as eleições presidenciais. Com uma participação recorde de dez candidatos, alguns muito abaixo dos mínimos exigíveis para serem levados a sério (casos do calceteiro Tino de Rans, do desbocado Sequeira e do único português não corrompido nem corrompível), outros a desempenharem um papel que só a vaidade pessoal e as desilusões vindas da já provecta idade justificam (como os ex-socialistas Neto e Cândido) e outros ainda a agirem taticamente em nome dos meros interesses dos seus partidos (Edgar pelo PCP e Marisa pelo BE). Ficam três, também eles marcados por especificidades muito próprias: Marcelo é o candidato da Direita mas diz que o é pouco e até recusa Passos e Portas a seu lado! Maria de Belém é a ex-presidente do PS que tenta simultaneamente apelar ao voto dos membros do seu partido e ao voto dos órfãos e viúvas da Direita dita moderada! Nóvoa é um candidato independente que fala em nome deste “tempo novo” e tem realmente a apoiá-lo grande parte dos militantes do PS mais posicionados ao lado de António Costa!

Não há memória de um processo eleitoral desta indigência, mesmo nos recônditos tempos de “Pinheirux” e Galvão de Melo ou nos mais recentes do madeirense “Coelho ao poleiro”. E para o confirmar valerá talvez a pena recordar os anteriores quatro ciclos presidenciais desta Terceira República em que vivemos (ver imagens abaixo): os de Eanes, Soares, Sampaio e Cavaco – contra quem combateram eleitoralmente e o que deixaram na memória profunda dos portugueses, do “muitos prometem... Eanes cumpre” ao “Soares é fixe” e do sentido patriótico e de responsabilidade de Jorge Sampaio ao abastardamento da dignidade da função por Cavaco.




Ah, e já agora, visto que só em 1986 tivemos uma segunda volta, aliás muito renhida e de boa memória, talvez não fosse má ideia repetirmos a experiência, até para que os dois participantes escolhidos para a disputar tivessem de obrigar-se a mostrar mais daquilo que valem e a assumir maior grau de compromisso perante os seus eleitores do que aquele que têm efetivado ao longo destes estranhos meses transcorridos...

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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