quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

COITADO DO CDS!


Não sei se tiveram a oportunidade de ver a entrevista de Nuno Melo (NM) à RTP 3, no último serão. Uma pérola de vacuidade! Presunção para dar e vender, algumas palavras bem sonantes de duvidosas adequação à realidade concreta e articulação doutrinária, muito daquele irritante recurso à formulação discursiva yuppie que inicia as respostas por “dizer que” ou “convirá que” e funciona aos solavancos, um oceano de lugares comuns pseudoideológicos porque colados sem o devido esforço de elaboração, enfim demagogia barata q.b. e a indisfarçável vontade de aparecer como sendo (talvez mais do que ser o novo líder do CDS, ser o favorito mais bem colocado e mais mediaticamente badalado). Mas a NM já ninguém tira essa rasteira glória de ter conseguido criar o seu tabuzinho durante uns dias e, glória suprema, de ir à televisão falar do tema na véspera do anúncio da sua decisão e lograr alimentar o suspense por mais uma noite e uma manhã – exploit! Assim sendo, e pela completa ausência de qualquer substância que o dito há anos vem publicamente exibindo (a comissão de inquérito do BPN foi tão-só a “vaca leiteira” que ordenhou em termos de marketing pessoal até ao limite do inconcebível), o que me permito antever é que, se NM for mesmo (e arriscaria dizer que vai comunicar-nos o “doloroso sacrifício” de avançar), o único recurso/escape que lhe irá restar será o da radicalização à direita sustentada numa canhestra (mas eficaz, quem sabe?) deriva populista...

Adenda/Errata (14 horas): NM optou por desmentir a minha previsão, declarando que não seria candidato à presidência do CDS. Terá sido por uma súbita irrupção de bom senso autoavaliador ou apenas porque ia ser uma complicação tirar o deputado Telmo ou a deputada Vânia da frente para cumprir uma tarefa que era demasiado arriscada e lhe ia dar muito trabalho por comparação com o seu dolce far niente bruxelense?

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