sábado, 23 de janeiro de 2016

SE HOUVESSE JUSTIÇA ELEITORAL...

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Numas eleições presidenciais politicamente miseráveis, e que amanhã se decidem ou começam a decidir, António Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias foram os únicos que combinaram inteligência política e fazer pela vida. Não obstante o seu esforço e alguns apoios fortes, Maria de Belém foi o maior fiasco a concurso e comprovou plenamente que uma carreira de serviço público é curto para voos que exijam algum golpe de asa, ou seja, que não basta querer para poder. Já quanto ao vencedor que as sondagens antecipam, vejam só o que sobre ele escreveu ontem a “The Economist”: “Marcelo Rebelo de Sousa passou muitas noites de Domingo a dissecar os erros, e sucessos ocasionais, dos políticos. Agora o mais popular comentarista de televisão de Portugal veio pedir aos eleitores que o deixem praticar o que pregou. O ex-líder dos social-democratas de centro-direita é um sólido favorito para vencer a eleição presidencial de Domingo: as sondagens dão-lhe consistentemente mais de 50%, o suficiente para uma vitória à primeira volta. Se for o eleito de um conjunto de dez candidatos dominantemente de esquerda, ele precisará de todo o seu cintilante charme para suavizar as feridas que vão emergindo entre o governo socialista minoritário de dois meses de idade e os partidos radical de esquerda e comunista dos quais depende a respetiva sobrevivência. Apesar de sua filiação, o senhor Rebelo de Sousa, uma figura ‘mercurial’ que se apresenta como lendo dois livros por dia e dormindo um máximo de cinco horas, promete evitar crises políticas e alimentar a nova ordem anti-austeridade de Portugal. O seu discurso é muito genérico. Nenhuma surpresa, dizem os opositores, vindo de alguém que sustentou cada opinião pelo menos uma vez.” E se até pode ser que Marcelo venha a ser, ele merecia mesmo era ser obrigado a explicar-se mais e melhor fazendo horas extraordinárias até ao próximo Dia dos Namorados...

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