quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

OS TRINTA SIGNATÁRIOS



Porque esse enorme aborrecimento que é a relação entre princípios e interesses tem de ser levado mais a sério, acima ficam as duas galerias de deputados (21 do PS e 9 do PSD) que solicitaram ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização do corte das subvenções vitalícias dos políticos. Uma norma que fora inscrita no Orçamento de 2014 e que previa a suspensão das subvenções vitalícias dos políticos nos casos em que os titulares tivessem rendimento de outras fontes superior a 2 mil euros por mês, uma norma que o TC agora veio declarar inconstitucional (por considerar ser a mesma violadora do princípio da proteção da confiança) fazendo com que os cofres públicos tenham de devolver os montantes suspensos aos políticos abrangidos (341 em 2014, auferindo um total próximo de 10 milhões de euros).

O assunto poderá parecer a alguns mais mesquinho do que substantivo, mas a esses respondo com a convicção de que democracia também pressupõe questões de forma e exige as devidas assunções de responsabilidades. Mesmo sabendo-se que as caras acima não tiveram iguais razões nem benefícios para aporem a sua assinatura no requerimento (ou simplesmente para autorizarem a sua utilização), todas merecem censura cívica (pelo menos) e algumas bem mais do que isso – digamos, para simplificar, que há os artistões pessoal e diretamente interessados, os artistinhas que se pelam por migalhas, os amigalhaços que atiram a tudo o que mexa e os maiores e vacinados que tinham obrigação de ser mais diligentes (afinal, até há ministros e ex-ministros na lista e as más companhias não são só histórias para contar às crianças). Ao leitor de, em querendo, se dar ao trabalho (de duvidosa utilidade, sublinhe-se) de proceder ao preenchimento taxionómico que melhor lhe convier...

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