quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A EDUCAÇÃO DA SENHORA MERKEL

(Klaus Stuttmann, http://www.tagesspiegel.de

Bem na linha da ontem aqui mencionada cogitação de Gideon Rachman sobre um eventual abandono de funções de Angela Merkel, a vinheta diária de um grande jornal alemão apresentava-nos a senhora na sua típica posições de dedos a manifestar o seu grande prazer por ter sido convidada a participar na conferência do seu aliado bávaro cristão-democrata CSU (não obstante as contraditórias indicações de enxaqueca, zumbido nos ouvidos, calafrios, suores frios, hiperemia, respiração ofegante, azia, taquicardia e dores de estômago que eram apontadas como dominando a sua fisiologia).

Mas foi a síntese noticiosa que matinalmente recebo em correio eletrónico do “The Economist” que mais chamou a minha atenção, através da seguinte e elucidativa referência cheia de ironia: “A CSU, o partido conservador que governa a Baviera, encena hoje mais teatro para a sua crescente base antirrefugiados ao promover um encontro em Wildbad Kreuth, uma pitoresca e antiga estância próxima da fronteira austríaca. Um convidado é David Cameron – convidado para assim acenar aos eurocéticos do partido. Mas a estrela a aparecer será Angela Merkel, a chanceler e líder dos democrata-cristãos, os parceiros da CSU na política nacional. Horst Seehofer, o líder do partido e primeiro-ministro da Baviera, irá provocá-la ao exigir um limite máximo de 200 mil novos refugiados por ano (cerca de um quinto do número chegado em 2015) – totalmente ciente de que a senhora Merkel já descartou a fixação de limites por inconstitucional e impraticável. No meio de preocupações com a ordem pública, ele também exigirá a marcação de suspeitos de terrorismo com pulseiras de tornozelo e afins. A senhora Merkel, para manter a paz, sorrirá e ouvirá educadamente.

E parece que foi mais ou menos assim que efetivamente as coisas se passaram, como decorre do registo fotográfico abaixo reproduzido no site de um importante jornal germânico...

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