Por estes dias, a animação tem sido grande para os lados da nossa sempre sensacionalista comunicação social (ver algumas capas acima). Tudo por causa de uma carta chegada da Comissão Europeia a pedir esclarecimentos sobre o esboço de Orçamento que tinha sido enviado para Bruxelas dias antes. Assim, e depois da adivinhação sobre o conteúdo do documento a que durante dias se dedicaram os nossos jornalistas (como, especialmente, os que juravam que “Costa não cede a Bruxelas e prepara Orçamento com défice de 2,8%”), eis que chegou o momento do escândalo e da agitação de espantalhos (recuos, apertos, ameaças, prazos, fogos, sanções, crenças e por aí fora). Curiosamente (ou talvez não!), ninguém se lembrou neste quadro de ir analisar simplesmente as regras e os procedimentos europeus por forma a avaliar mais judiciosamente o que poderá ou não estar em causa. É o que temos!
Uma nota final: de nada do que acima afirmo decorre qualquer posição substantiva em relação às hipóteses enformadoras do primeiro Orçamento elaborado pela equipa de Mário Centeno – que ele seja expansionista ou excessivamente otimista, que as perspetivas de crescimento económico estejam sobreavaliadas ou simplesmente bem recalibradas em face de um enquadramento interno novo, que a evolução prevista para as exportações e as importações possa ser considerada devidamente justificada ou não corresponda adequadamente ao endurecimento da conjuntura macroeconómica internacional, tudo isso e muito mais são contas de outro rosário – embora merecendo, naturalmente, a melhor das atenções e todos os esforços possíveis visando um estudo sério e profundo da questão...
(António, http://expresso.sapo.pt)
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