segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PRESIDENCIALIZANDO



No rescaldo dos resultados de ontem, devo começar por cumprimentar o Professor Marcelo pela sua vitória e eleição e o Professor Nóvoa pela sua campanha e dignidade. Mas num dia em que tudo será dito por tantos e tantos, opto por um comentário pouco ortodoxo em cinco curtos tópicos:

1. Apesar de ter sido sempre objeto de variados sorrisos de desdém um pouco por toda a parte, Vitorino Silva foi um grande vencedor nestas eleições em que obteve mais de 150 mil votos a nível nacional e o sexto lugar em dez candidatos – não, não era um candidato populista, antes sim um candidato intuitivo e bem intencionado com óbvias e naturais deficiências de preparação e capacidade discursiva.
2. Outra grande vencedora foi Marisa Matias, senhora de uma excelente campanha que a levou a um surpreendente terceiro lugar com um número de votos duas vezes e meia superior ao de Maria de Belém.
3. Maria de Belém sofreu a maior de todas as derrotas pessoais, muito por via de um diagnóstico voluntarista e errado e de uma corte de acompanhantes (Alegre, Vera, Martins e Coelho, designadamente) cada vez mais desligada das exigências de tipo novo necessárias a uma intervenção política transparente e eficaz nos tempos que atravessamos.
4. Edgar Silva foi a cara da maior de todas as derrotas partidárias, a derrota estrondosa do PCP; uma derrota que, estou convencido, irá estar na base de muito do que por cá vai ocorrer no decurso de 2016, inclusive com impacto na atividade governativa.
5. Divido os restantes quatro candidatos, que ficaram naturalmente nos quatro últimos lugares, em dois grupos: as inexistências sobre as quais não vale a pena perder um segundo (Sequeira e Cândido) e os tendencialmente populistas (Morais e Neto, com a conversa da corrupção a ser mais bem pagadora do que a do empresário estratega com soluções para tudo).

Deixo imediatamente abaixo os números que para mim mais relevam, os nacionais e os do distrito e concelho de onde olho para a nossa realidade política. E concluo com um dado que dá que pensar: sendo Vitorino Silva e Maria de Belém naturais do distrito do Porto, curioso será registar que o primeiro teve bastante mais votos do que a segunda no dito distrito – aos 5,7% de Vitorino, Belém apenas respondeu valendo 4,5%. Não dá mesmo que pensar?

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