quinta-feira, 5 de junho de 2014

CIDADES INCLUSIVAS, EM FARO



Vou estar amanhã em Faro para uma intervenção no X Fórum Nacional Urbanismo e Autarquias, centrado no tema Cidades Equitativas.
Numa iniciativa que certamente será dominada pela presença de arquitetos e urbanistas com intervenção essencial no espaço municipal, irei aproveitar para situar a Cidade Inclusiva na evolução do paradigma do desenvolvimento.
A título meramente ilustrativo deixo alguns slides que irei apresentar:
Estrutura da apresentação
§  1. A natureza dual e contraditória da Cidade: as diferentes motivações e perceções de quem a procura no quadro dos níveis diferenciados de desenvolvimento socioeconómico e territorial
§   2. Urbanização e desenvolvimento económico: irreversibilidade, não determinismo e diferentes morfologias
§   3. Da euforia do crescimento à perceção das desigualdades: a cidade inclusiva
§   4. Conclusão: dimensões da cidade inclusiva
Universalidade e diversidade do fenómeno urbano
§ A Cidade é assim um fenómeno universal …
§   Mas diferenciado na sua morfologia …
§   Sobretudo em função dos níveis de desenvolvimento socioeconómico e territorial …
§   Não determinismo …
§   Possibilidade de soluções reversas – ou seja, a resolução inovadora de problemas nas grandes urbes do mundo subdesenvolvido pode gerar novos paradigmas de políticas públicas
Dualidade…
§  Desenvolvimento económico, criatividade social e cultural, inovação política e institucional
§   Versus
§   Desvantagens, divisão, exclusão: raça, etnia, género, geração, habitação,
Duas visões e dois programas de investigação sobre a Cidade em confronto permanente…
§  A Cidade como catalizador de crescimento, inovação e criatividade …
§   Versus
§   A Cidade como espaço de materialização preferencial das desigualdades e diferentes formas de exclusão geradas pelas modernas sociedades de mercado em contexto de globalização
Deste confronto resultam dois entendimentos possíveis da Cidade Inclusiva
§  A Cidade Inclusiva é tão só um elemento de regulação ou de restrição dos excessos ou efeitos colaterais da Cidade do crescimento, da inovação e da criatividade …
       Nesta abordagem, o fator crítico são os recursos orçamentais disponíveis para a correção dos desmandos e excessos: os recursos das políticas sociais
§   A Cidade Inclusiva e as suas diferentes dimensões constituem um elemento intrínseco do modelo de desenvolvimento económico da Cidade
   O fator crítico não é orçamental; é de modelo de desenvolvimento: como integrar as dimensões da inclusividade no modelo económico?
Não há propriamente um referencial estabilizado de Cidade Inclusiva…
§  Mas antes uma experimentação de soluções em diferentes dimensões temáticas e de organização da Cidade …
§   Ainda longe da segunda abordagem atrás referida, de inscrição das dimensões inclusivas no próprio modelo de desenvolvimento económico
          Espaço público
          Habitação
          Transportes
          Educação
          Inter-culturalidade e inter-etnicidade
Dimensões da Cidade Inclusiva e modelo de desenvolvimento
§  Os 5 exemplos de dimensões de planeamento da Cidade Inclusiva atrás indicados ilustram bem os desafios da sua integração no (s) modelo (s) de desenvolvimento económico urbano
   Espaço público: transição para um modelo de desenvolvimento menos tributário das infraestruturas; que implicações?
  Habitação: Como resolver o sério problema da procura não solvente? O caso extremo da atual política de habitação no Reino Unido como fator de exclusão urbana
   Transportes: que implicações das privatizações e do endividamento de empresas públicas?
     Educação: o papel crucial da Escola Pública e do seu potencial inclusivo
Inter-culturalidade e inter-etnicidade: da regeneração demográfica ao planeamento da inter-culturalidade; seremos nós capazes de concretizar cá dentro o elevado potencial de integração que revelamos lá fora?
O desafio da inter-culturalidade
§  O declínio demográfico de algumas sociedades (como a europeia) é um fator de estagnação secular …
§  A globalização dos movimentos de pessoas é bem mais recuada do que a das mercadorias, serviços e capitais …
§  95% do crescimento urbano até 2027 resultará ainda de migrações internas …
§  Existe, por isso, um vasto espaço de oportunidade para as migrações urbanas internacionais …
§  A reprodução de algumas sociedades estará delas dependente
§  As cidades serão o cadinho dessa multi-etnicidade
Uma questão final: estaremos prontos para uma nova ecologia urbana da interculturalidade e da interetnicidade ? (Wood e Landry, 2008)…
§  Planear para a vantagem da diversidade …
§  Lentes e instrumentos interculturais …
§  Lideranças mobilizadoras
§  Bridgers e mixers: os que fazem pontes versus os que segmentam e excluem.

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