quarta-feira, 25 de junho de 2014

FIGURINHAS DA COPA (IV)


Do período mais intenso da minha vida, com saliência para a feliz dupla aumento das responsabilidades / multiplicação dos prazeres, guardo duas ricas recordações pessoais: a daquela final de 1978 decidida em prolongamento a favor da Argentina e que o meu filho mais velho (então com seis meses) insistia em ir perturbando, por um lado, e a daquele incomparável Itália-Brasil de 1982 em que um hat-trick de Paolo Rossi afastou o Brasil de Sócrates, Zico e Falcão e a que assisti num quarto de hospital em Versalhes devido ao nascimento da minha primeira filha, por outro. Não obstante, tenho de convir que os factos futebolísticos a assinalar não podem deixar de ser “a mão de Deus” (sobre Peter Shilton) e “o golo do século” (11 segundos, 44 passos e 12 toques) com que Diego Armando Maradona ajudou a Argentina a afastar a Inglaterra das meias-finais da Copa de 1986 no México.

Abaixo as principais “figurinhas” que mais marcadamente passaram à posteridade – registo a ausência nos cromos selecionados do número 1 da Alemanha de 1982, Harald Schumacher, que viria mais tarde a passar pelo Sporting – numa época em que os títulos ficaram sempre em mãos discutíveis, duas vezes argentinas (em prejuízo da continuada magia holandesa e sob o comando técnico de César Luís Menotti em 1978, tendo Mario Kempes, Daniel Passarella, o guarda-redes Fillol e o pequeno Osvaldo Ardiles como os elementos mais emblemáticos, sem menosprezo de Tarantini, Gallego e Luque; com a ajuda de alguns empurrões devidamente esquecidos em face do génio artístico de Maradona em 1986) e uma vez italiana, num ano de 1982 em que ao brilho de Paolo Rossi se juntou o de Marco Tardelli, além de outras exibições notáveis como as do guardião Dino Zoff, Bruno Conti, Claudio Gentile ou Antonio Cabrini (em detrimento do inigualável futebol-espetáculo do Brasil, derrotado através de grandes penalidades por uma das melhores seleções francesas de sempre – com Platini, Giresse, Tigana, Amoros, Trésor e Didier Six – e depois também afastada pela habitual frieza germânica). Para finalizar, não quero deixar de mencionar o peruano Teofilo Cubillas de 1978 (que já fora a revelação-jovem de 1970 e por cá brilhou no FCPorto), o polaco Boniek de 1982 e o dinamarquês Larsen de 1986, um ano em que também se notabilizaram vários outros outsiders dos grandes títulos (como o inglês Gary Lineker, o belga Enzo Scifo, o espanhol Emilio Butragueño ou o mexicano Hugo Sánchez).




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