A última década do século XX pode ser futebolisticamente definida como a dos anos das Copas “chatas”: no Itália-90 com a vitória da frieza e eficácia alemã (final contra a Argentina); em 1994, nos Estados Unidos, com um “tetra” brasileiro num futebol contestado pelo seu menor brilho relativamente ao de outros tempos e ganho por penáltis (3-2) aos italianos; no França-98 com o primeiro e complicado título conseguido pelos chauvinistas da casa (prolongamento nos oitavos contra o Paraguai, penáltis nos quartos perante a Itália, 2-1 à surpreendente Croácia nas meias com Thuram a virar o jogo com dois golos já na segunda parte e um concludente 3-0 na final a um Brasil em estranho “apagão”). Mas certamente que a imagem que mais perdura na maioria das cabeças mais privilegiadas é aquela do desalento do número 10 italiano, Roberto Baggio, perante a última grande penalidade por si falhada na inédita decisão que proporcionou a entrega da taça ao Brasil; necessariamente complementada pelo festejo dos dois principais vencedores depois da era de Pelé: um Romário muito inspirado e o capitão Dunga, que tão bem soube conquistar o seu espaço simbólico.
Quanto às principais “figurinhas” (ver abaixo), realce para uma Alemanha campeã de 1990 comandada por Lothar Matthäus e contando com personagens como Klinsmann (o agora selecionador dos Estados Unidos), Andreas Brehme e Rudi Völler (ex-selecionador alemão), num campeonato em que o mais luzidio foram os golos do siciliano Toto Schillaci (numa equipa que contava com Franco Baresi, Paolo Maldini, Donadoni e o guardião Zenga), em que ainda esteve Maradona e em que evoluíram craques como o inglês Paul Gascoigne, o espanhol Michel, o camaronês Roger Milla, o colombiano Valderrama ou o guarda-redes argentino Goycochea. A sólida seleção brasileira de 1994, liderada pelo treinador Carlos Alberto Parreira, não tinha só valores como Romário e Dunga e incluía também esteios defensivos como Mauro Silva, Márcio Santos e o guarda-redes Taffarel, o lateral-esquerdo Branco (que fez o 3-2 à Holanda – de Ronald Koeman, Frank Rijkaard e Dennis Bergkamp – a dez minutos do termo do jogo dos quartos-de-final na cobrança de um magistral livre direto e que já tinha passado pelo FCPorto) e o atacante Bebeto, além de Zinho, Aldair e Mazinho; dois nomes que ficaram registados foram ainda os dos considerados melhores jogadores romeno e sueco de sempre (Gheorghe Hagi e Henrik Larsson, respetivamente). Finalmente, a vitória caseira dos franceses em 1998 consagrou Zinedine Zidane e o já referido Thuram, assim como Marcel Desailly, Laurent Blanc (agora treinador do PSG), Didier Deschamps (atual selecionador francês), Djorkaeff e o guardião Fabien Barthez, numa copa em que o brasileiro Ronaldo foi espantoso até à lesão (?) anterior à final, o goleador foi o croata Suker e onde se salientaram ainda grandes nomes como o argentino Gabriel Batistuta, o dinamarquês Laudrup, o alemão Bierhoff (um homem que agora vamos vendo no banco da Alemanha), os holandeses Davids, Seedorf, Bergkamp e Kluivert (adjunto de Van Gaal no atual banco holandês) e os guarda-redes Chilavert (paraguaio) e Edwin van der Sar (holandês).
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