quinta-feira, 19 de junho de 2014

DOIS GALOS DE CAPOEIRA E UM PINTAINHO

(Vahid Jafari, http://www.irancartoon.ir)



Obviamente que ainda é cedo para se falar sobre esta Copa do Mundo e, sobretudo, do desempenho dos artistas que nela vão evoluindo. Daí que me limite por ora a dois estritos e focados registos pessoais de primeiras impressões, num caso a surpreendente e decisiva emergência de alguns guarda-redes ligados a equipas secundárias em Espanha ou França – entre o excecional mexicano Ochoa do Ajaccio, o chileno Claudio Bravo da Real Sociedad, o colombiano Ospina do Nice e o costa-riquenho Navas do Levante – e no outro aquele que foi para mim mais um momento de confirmação da vulgaridade técnico-tática de dois selecionadores que nasceram de rabo virado para a lua – Vicente Del Bosque e Luiz Felipe Scolari – e, diga-se de passagem, da imaturidade e tranquila teimosia do constantemente fraquinho Paulo Bento (o Sporting que o diga!).

Scolari esteve medíocre na convocatória, sempre demasiado fechada sobre os seus, mal na abordagem no jogo com a Croácia, desde logo ao jogar com dois médios defensivos e ao deixar Ramires de fora, e péssimo no banco contra o México, substituindo Hulk por Ramires e insistindo até ao fim naqueles mesmos dois médios. Já Del Bosque, aliás um grande senhor ao contrário do sujeito anteriormente referido, teve a oportunidade de viver largamente à sombra da máquina de futebol total do Barça destes anos, mas mostrou-se agora completamente impotente e incapaz de algum golpe de mestre no momento em que se iniciava o ocaso de Xavi e Iniesta, quer no descalabro perante a Holanda quer esta noite perante o Chile – um guarda-redes descrente, uma defesa instável, dois médios a atropelarem-se (Alonso e Busquets), Mata no banco, um Diego Costa acossado e completamente perdido, uma incompreensível opção por Torres e, sobretudo, uma desesperante resignação que o levou a nunca arriscar jogar com dois pontas-de-lança (mesmo quando perdia por 2-0). E se Scolari ainda poderá arrepiar caminho – como fez por cá em 2004 – e esperar que lhe chegue a habitual proteção da sua Nossa Senhora de Caravaggio, Del Bosque ya se fue...

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