E já começaram, com o Felipão a mostrar com
clareza que taticamente é um treinador vulgar, sempre o achei mesmo em
Portugal, e com o Brasil a ser levado de bandeja, com um japonês a fingir de árbitro
e que conseguiu ver uma grande penalidade num toque de ombro ao canastrão Fred.
Felipe Scolari é um produto das técnicas de
liderança e do marketing, à qual se junta o ADN de habilidade do jogador
brasileiro e uma massa crítica de recrutamento que resulta do facto do futebol
ser para muitos a fuga à trajetória da pobreza. Mas mesmo assim é espantoso
como no Brasil não há um centro avante melhorzinho do que o canastrão Fred!
A copa de 2014 ainda emblemática da encruzilhada
em que está o Brasil de hoje. Megaeventos, megacrescimento, megadimensão
cruzam-se irreversivelmente com os desafios do redistributivismo, da erradicação
da endémica corrupção, da qualificação. Estes dois planos chocam-se numa
organização cuja transparência é muito discutível, mas em que esse choque é atravessado
por uma paixão popular incontornável. E será por certo essa paixão que, apesar
da crítica e violência social, salvará a Copa, sobretudo se a seleção
brasileira for levada ao colo como o foi no desafio inaugural.
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