segunda-feira, 16 de junho de 2014

MINORCAS, PERTURBADOS E FADINHO …



A Seleção projeta bem a difícil relação dos Portugueses com a sua real dimensão, de que Eduardo Lourenço tão bem nos fala. Temos de facto historicamente uma complexa dificuldade de nos remetermos à nossa exígua dimensão, acabada que foi a ilusão do Império. Assim, pede-se à Seleção, mais fruto de uma imprensa desejosa de fabricar uma ilusão nacional, com ou sem bandeirinhas à janela, muito mais do que a dimensão do País justificaria. Basta pensar nas cenas rocambolescas e mafiosas que rodearam as eleições na Liga de Clubes para compreender como é patética a carga de esperança que se deposita na Seleção. Basta de facto recordar as criaturas que se perfilaram inicialmente nas eleições da Liga para intuirmos a dimensão intrínseca do nosso potencial futebolístico. O desastre de gestão que Mário de Figueiredo é, o ar cavernoso de fora da lei de Rui Alves e a peninha vacilante de um Fernando Seara que finalmente expõe a sua incomensurável incompetência só oculta pela cumplicidade entre o mundo da política ilustram melhor do que outra coisa a ilusão das esperanças depositadas numa Seleção que é o reflexo disto tudo.
Hoje tivemos disso tudo.
Minorcas, que são ainda a expressão recôndita de insuficiências do passado.

Perturbados, que não aguentam a desproporcionada pressão que sobre eles recai e que espirram ao menor estímulo para o disparate.

E finalmente o fadinho, a injustiça que pesa sempre para os mais fracos, as lesões que expõem as debilidades de composição do grupo.
Tudo isto potenciado por uma Alemanha que não brinca em serviço e que apresenta cada vez menos um futebol do tipo apenas físico e que tem artistas de primeira.

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