segunda-feira, 9 de junho de 2014

COMO ERLICH NOS INTERPELA!



Cada vinheta de Erlich no El País parece interpelar-nos com o seu fino humor, provavelmente a pensar numa Espanha também na encruzilhada, mas projetando-se a preceito nas interrogações cá do burgo.
A vinheta de hoje percorre-nos sarcástica e conduz-me a um tema crucial do debate político e social que deveríamos estar a promover. Todo o bicho careta afirma compromissos perante o futuro, nunca tanto se invocou o futuro sem para ele propor qualquer saída coerente, mas todos falham em propor uma estratégia de transição a partir do presente. Chama-se estratégia de transição a uma qualquer proposta de transformação (gradual ou mais radical) das maleitas do presente visando atingir um futuro mais sustentável. Exige, por isso, uma estratégia inscrita no tempo, não predeterminada como é óbvio, mas que apresente aos portugueses uma ideia de transformação progressiva que dê sentido ao superar das dificuldades.
Vem isto a propósito do documento “Um contributo para o Debate Público em torno da Dívida Pública de autoria de Paulo Trigo Pereira, Ricardo Cabral, Ricardo Paes Mamede e de Emanuel Santos, apresentado na Assembleia da República. É um texto honesto, que não ignora os problemas e sobretudo tem a virtude de situar o lirismo do Documento de Estratégia Orçamental em termos comparativos com a performance nacional e europeia que este exigiria.
É com contributos desta natureza que pode construir-se uma estratégia de transição.

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